terça-feira, 24 de abril de 2012
Atol das Rocas
HistóriaO primeiro mapa que mostra o Brasil descoberto pelos portugueses, o Planisfério de Cantino, de 1502, já registrava a existência do Atol das Rocas (Andrade, 1959, citado por KIKUCHI, 1999). Uma outra menção à Rocas é atribuída ao Almirante Dario Paes Leite, que descreveu o naufrágio de uma das naus da expedição liderada pelo navegador português Gonçalo Coelho à costa do Brasil, em 1503 (Rodrigues, 1940, citado por KIKUCHI, 1999).[1][2] Apesar de ser conhecido desde o século XVI, o primeiro mapa detalhado de Rocas surgiu apenas em 1852, desenhado pelo Capitão-Tenente Phillip Lee, com a denominação de Baixo das Rocas ou Baixo das Cabras (Rodrigues, 1940, citado por KIKUCHI, 1999). Rocas aparece caracterizado como atol em 1858, num levantamento batimétrico feito pelo Comandante Vital de Farias (Rodrigues, 1940, citado por KIKUCHI, 1999). O primeiro naturalista a mencionar Rocas foi Jean de Léry, em 1880 (Andrade, 1959, citado por KIKUCHI, 1999).
Devido à pouca profundidade de suas águas, a navegação nesse trecho da costa é muito perigosa. Os acidentes marítimos em Rocas eram frequentes e, no final do século XIX, no dia 19 de novembro de 1881 iniciou-se a construção do primeiro Farol do Atol das Rocas, na ilha atualmente conhecida como Ilha do Farol.
[editar] GeografiaOs recifes que compõe Rocas crescem no topo de um monte submarino pertencente à Zona de Fratura de Fernando de Noronha. Com uma área de aproximadamente 755,1 ha, o Atol das Rocas está entre os menores do mundo. De formato oval, tem 3,7 km de comprimento, 2,5 km de largura e um perímetro 7 km.[1][2][3]
As areias de Rocas tem origem biológica, sendo compostas principalmente por estruturas calcárias fósseis de algas coralináceas da sub-família Melobesioideae e da família Corallinaceae, além de algas verdes do gênero Halimeda e de foraminíferos bentônicos, principalmente Amphistegina radiata e Archaias sp (Coutinho e Morais, 1970 citado por KIKUCHI, 1999).
Essas areias de origem biológica acumularam-se em duas faixas com forma de anel aberto no interior do atol, originando a Ilha do Farol e a Ilha do Cemitério. Juntas, tem uma área de aproximadamente 36 ha. Durante a maré baixa, o anel de recifes que forma o atol fica exposto e, no seu interior, surgem piscinas naturais, de tamanhos diversos e profundidade de até 6 m. Na maré alta, apenas as duas ilhas interioranas e o perímetro do atol, com sua margem formada por recifes, ficam emersas.[1][2]
[editar] EcologiaO Atol das Rocas serve de berçário a muitas espécies. Todos os anos milhares de aves e centenas de tartarugas-verdes retornam para lá para desovar. O local também é área de abrigo e alimentação da tartaruga-de-pente. Tem uma enorme importância ecológica fundamental por sua alta produtividade biológica e por ser uma importante zona de abrigo, alimentação e reprodução de diversas espécies animais.[carece de fontes?]
Ao lado do Arquipélago de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas é considerado uma das áreas mais importantes para a reprodução de aves marinhas tropicais do País, abrigando pelo menos 150 milhares de aves, de quase 30 espécies diferentes. Atualmente vivem, o ano todo, cinco espécies de aves residentes: duas de atobás, uma de trinta-réis ou andorinha do mar e duas de viuvinhas, os atobás-de-patas-vermelhas e as fragatas vem de Fernando de Noronha para pescar. Além delas, 25 espécies migratórias fazem de Rocas um porto permanente. Passam por ali espécies originárias da Venezuela, da África e até maçaricos provenientes da Sibéria. Até o momento, nenhuma espécie potencialmente predadora foi catalogada no Atol das Rocas.
O atol é também o paraíso de muitas espécies aquáticas. Por se tratar de uma montanha isolada, em meio a mares profundos e afastados da costa, ele é ideal para peixes de todos os tamanhos, moluscos, algas, crustáceos e tartarugas. Quase cem espécies de algas, 44 de moluscos, 34 de esponjas, sete espécies de coral e duas espécies de tartarugas já foram ali identificadas. Entre os 24 crustáceos, destacam-se o caranguejo terrestre e o aratu, que somente habitam ilhas oceânicas.
Em Rocas foram ainda catalogadas quase 150 espécies de peixes diferentes, entre os sargos, garoupas e xaréus. Mas apenas duas dessas espécies, o gudião e a donzela são exclusivas da região, que abrange o Atol das Rocas e o Arquipélago de Fernando de Noronha, o tubarão-limão, uma espécie rara em Rocas tem motivado estudos de vários cientistas brasileiros e estrangeiros, a espécie passa o início da vida em cardumes, na laguna e nas piscinas do atol.
[editar] Área protegidaO Atol das Rocas é protegido pela reserva biológica homônima. Esta é a primeira Reserva Biológica Marinha do Brasil, tendo sido em 5 de junho de 1979, através do Decreto-lei Nº 83.549.[4]
Notas
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário